Palavras: eternas limitantes.
Palavras limitam minhas devoções e eternas gratidões.
Gestos e atitudes são como pequenos presentes.
Olhares, mesmo que singelos, transmitem páginas e suportam o peso.
Nem o mais brilhante poeta conseguiria transpassar no papel tamanha fidelidade do que sabe sobre sentir. Porque tudo tem que ter um nome.
Por que tudo tem que ter um nome?
Como palavras poderiam captar a peculiaridade do 'ao vivo', do real, estar ali presente, de saber o que é e o que não é?
Um silêncio ainda é mais válido do que mil palavras ao vento, mais sincero e perspicaz.
Escolho viver da maneira sábia: no decorrer do momento oportuno em que as palavras, limitadas por natureza, me abandonarem, não falando mais por mim, mas pelo recorte medíocre, deixarei o silêncio transbordar-me e os pilares da existência sentimental fluírem das veias atravessando o olhar.
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