sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Romance

Sou romântica para comer. Cheiro.
Gosto de comer pelas beiradas, aguçar o paladar e lançar a expectativa.
Tenho orgasmos gastronômicos.

Tudo com que me identifico faço drama, romanceio, dou voltas e retorno ao ponto G para o clímax do sabor.

Descobri que também sou uma delícia. Parafraseando Caetano em "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é", achei que só eu poderia saber, ou ao mínimo dar início a valorização da essência extraordinária, pessoal e intransferível (como escrito nos cartões de crédito), concernente à auto imagem.

Hoje me sinto tanto que posso expandir sem deixar faltar e influenciar negativamente.
Meu único atual receio é de me encontrarem, amarem.
Vai que alguém me ama mais do que eu.
To tão bem assim, em ótima companhia, bons livros e algumas folhas de papel em branco, lápis e tintas.

Satisfiz-me.

Além,
percebi que sou romântica com que gosto, provo e aprovo.
A partir daí notei que estava sendo romântica comigo mesma.
Essa foi a prova real que me refiz, aceitei e amei.

Sou romântica incorrigível.


Narciso

Eu que tanto queria alguém igual a mim, encontrei um exemplar perfeito.
Vi meus amores em posições reordenadas, medos em cadeias desenfreadas;
Livro aberto, remetendo às associações desorganizadamente enfileiradas.
Cópia renegando direitos autorais, iria mostrar-se. Dito e feito.

Cheguei a conclusão que não me suporto nos outros.
Dentro da convivência pacífica cabe apenas um exemplar do narciso.
Não tenho vocação pra relação objetal.

Como ouvi recentemente: "Que seja oposto pelo vértice a mim".


Assim seja

Sei quem é; ser pensante, pessoa que sente.
Mas o drama acontece, se pressente.
Então deixo pra lá, pra depois vir me explicar.
A paciência já me agride pra hora de encerrar.

Quanto tempo perdido no medo, ansiedade,
sem devolver metade do que fora investido.
Nem insisto no quesito de amar sem partilhar,
porque agora estou pensando mais em mim,
na saúde, coisa boa que me faz.

Se não quer, tá bem. Se quer, também "Amém".
Que se faça o melhor que pode ser.
Na batalha da alma já perdi a conta dos por quês.
Mais um estresse, dúvida, preocupação;
angústia que não espera o momento da resolução.
Chega de confusão mental por quem não pensa igual a mim.

Preciso é saber que no fim mais vale momentos bons do
que mil chorando pelos cantos na ideia do errado.
Enfim o desfecho foi dado pelo fato que o fardo que
carrego não é mais meu, pertence ao passado.

Amém!


Regência

Você estava certo. Minha autossuficiência não foi embora. Ela nunca irá. Ela sou eu e eu sou ela; é como sei ser e não me privo ou me aban...