segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

"Quem não tem colírio usa óculos escuros" - Falando sobre Velhos ditados #1

No ano de 2012, incrivelmente não criei nenhum post. Não que o ano não tenha sido produtivo, mas o tempo foi regido pela preguiça e pelo esquecimento.

Confesso que 2012 foi ano de descobertas, mas 2013 já tem se mostrado melhor.
Janeiro foi mês de cura, de libertação de amarras de um passado bem recente. Fantasmas e assombrações interiores se despediram sem muito esforço.


Dizem que quem não tem colírio usa óculos escuros. Estou observando isso por um ponto de vista diferente.
O processo de cura dura quanto tem que durar. Pena que a consciência nem sempre percebe o momento que deve usar colírio para poder ver com clareza.
Quem não enxerga com clareza é denominado Cego, seja parcialmente ou totalmente.
Ou uma pessoa usa colírio depois de uma ida ao oftalmologista ou usa óculos escuros para tapar o resto da sua visão. (Imagine o oftalmo como algo que possa ter vindo à consciência; um "abrir de olhos")

O cego parcial vê sombras, vultos; nada com nitidez. No entanto, o cego coloca óculos escuros para que ninguém fique reparando em sua cegueira. Pois é... é assim que fazemos. Usa-se o colírio quando se quer ver. Quando não, usa-se óculos escuros para que ninguém repare que somos cegos. Não são óculos escuros com grau, são óculos que nos escurecem ainda mais a visão, nos dão sombras maiores, formas mais obscuras e sem brilho.
Dessa forma se molda uma barreira entre a realidade da pessoa que nos assiste e a realidade que construímos quando não desejamos mais enxergar o que nos incomoda.

Feitos do que vivenciamos, experimentamos e também do que selecionamos e deturpamos, vamos "arrumando" o mundo da nossa maneira, aos nossos costumes. O cuidado redobrado que se deveria possuir é no que mais se peca. Até que ponto estamos com vendas, anteolhos, ignorando o que o ego não aprova no mundo para que não seja refletido em nós?

Tememos encontrar aquilo que o ego não suporta, pois somos frágeis. Somos falhos. A verdade é que não somos nada. O que me surpreende é a hipocrisia com a qual lidamos - Querer sempre saber onde se erra, mas que a correção não doa. Querer mudar, mas sem custo -.
Um olhar atento, analítico e sincero capta do seu Ser o que gosta e o que não gosta, e em si e nos outros.

Para o alcançarmos a cura de fato, felizmente ou infelizmente, há um caminho que precisamos trilhar. O primeiro passo é o mais importante, pois sem ele não há abertura de espaço para os outros: Reconhecer. Dele é que vem a cura. Exige mais de "se conhecer". É a tomada de conhecimento do problema interno.
O segundo passo é o ato de dar prosseguimento contínuo à Coragem, Determinação e Disposição na busca por autoanálise.
O terceiro é justamente o Processo de cura em si; é a parte em que descobrimos o melhor para nós em conjunto com a situação e com quem está envolvido. Estabelecemos a síntese dos elementos que incorporaram o trauma e a aceitação no que implicou para que o trauma acontecesse.
Esse é um nível muito elevado. Não se apressa um processo de cura. Dependendo do trauma e de como ocorreu, pode levar meses e até anos para se findar. Afinal, esse processo ocorre num tempo determinado e cada pessoa tem seu relógio marcando os compassos. Alguns são mais devagar, outros mais rápidos no que se diz respeito a resiliência (capacidade de superação).

Sei que, para mim, descobri uma maneira para se chegar à cura no instante que coloquei meus pensamentos sinceros no papel e refleti sobre os mesmos depois de tê-los confessado a um amigo. Pensei, pensei... Cheguei a conclusão que, mais cedo ou mais tarde, passaria por isso. Eu tinha a opção de prolongar o sofrimento, continuando a isolar o ego sem querer machucá-lo, usando de mecanismos de defesa baratos, e tinha a oportunidade de enfrentar de uma vez e ser mais feliz comigo mesma, libertando o ego de amarras sociais.
Escolhi ser feliz. Não optei por ter a "razão" que meu ego sugeriu.

O ego, infinitas vezes, vai te induzir a protegê-lo do que a denunciar sua fraqueza. Cabe a cada um a pergunta pessoal: O que vamos ser agora? Corajosos ou Covardes?
Não deixe para depois o que pode ser feito hoje e resolvido para amanhã. Nosso tempo é precioso demais para guardar rancores, mágoas que corroem a alma, e nosso bem-estar é imprescindível para uma vida com consciência limpa e tomada de decisões que requerem uma mente saudável.

2 comentários:

  1. "é claro que vamos viver hoje, vamos viver amanhã e vamos viver depois de amanhã...isso não significa viver em sofrimento eterno" isso resume o que penso desse texto...que ÓTIMO que vc escolheu viver feliz, o seu s2 e o seu ego agradecem xD

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  2. Claro que não vamos viver em sofrimento eterno, maaaaas... adiar o que se pode fazer hoje é prolongar o sofrimento.
    O ego e o s2 agradecem mesmo. hauhauhuhahaahuaha Obg Alê! ;)

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